sábado, 3 de setembro de 2011

Colonização Midiática: Santa Rosa e o Rio Grande do Sul frente a descaracterização promovida pelas grandes redes de mídia.


Conteúdo totalmente desvinculado da realidade local e regional, escravização ante uma grade de programação nacional, morte da criatividade e falta total de independência editorial: esses são alguns entre os inúmeros flagelos que se abatem sobre o conteúdo da programação televisiva que chega diariamente em nossos lares seja em termos de programação local, regional e também em âmbito estadual.
Em meio a massacrantes 24 horas de programação nacional apenas breves inserções de programação local. Em um estado que foi precursor de programação independente e de qualidade temos os nossos costumes, a nossa cultura, a nossa terra e a nossa gente cada vez menos retratada e representada por canais televisivos que se tornam cada vez mais meros pontos de retransmissão colonizados pelo poderio das grandes redes de mídia paulistas e cariocas. A venda de toda a Empresa Jornalística Caldas Junior Sistema Guaíba/Correio do Povo a Rede Record marcou a derrubada de um dos últimos baluartes de programação aqui feita para os nossos olhares. Um baluarte de confiabilidade e autenticidade foi derrubado: em lugar do programa de debates políticos seção de exorcismo, em lugar da cobertura do esporte local seriados enlatados e realitis shows.
Na semana passada vivemos um grande exemplo do total descaso com o público rio-grandense: em meio a espectativa do clássico Grenal os nossos televisores mostravam transmissões de jogos de times da zonal Rio-São Paulo encampados e vendidos por aqueles que se acham donos de nossos gostos e detentores de nossas vontades. Estupefação e impotência parecem marcar a maior parte dos comentários.
O panorama é deveras desolador. A tele dramaturgia local está quase extinta. O espaço para a produção cinematográfica gaucha é praticamente inexistente. O jornalismo gaudério começa a investir na dinâmico do quanto mais sangue e tragédia melhor. Os pouquíssimos musicais estão em horários impraticáveis. Programação infantil e juvenil nos mesmos parâmetros.
Em meio a tudo isso abre-se cada vez mais as possibilidades de intervenção econômica estrangeira nas empresas brasileiras de mídia. Ou seja, em breve nem programação brasileiras teremos. Talvez alguns pequenos programetes em meio a grade da retransmissora no BRAZIL da REDE CNN.
Será este o futuro que queremos? Ou, o Rio Grande do Sul que nunca se entrega, encontrará formas de reagir a mais esta escravidão. Iniciativas isoladas de protesto e de luta contra esta situação e estes desmandos começam a surgir e devem ser louvados e apoiados por todos aqueles que aspiram serem mais do que meros autômatos consumidores do pior dos conteúdos enlatados.
Magnus Langbecker