terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Nós e nossas Sementes

Golpe rápido e doloroso,
Tensão a conta gotas,
E consuma-se o temido rapto:
Vitória transubstanciada .

Nós, juntos, abraçados e encolhidos
Choramos-te qual brisa rápida e passageira
Em nossas vidas, breve talvez, a alegria retomada
No cultivo de novas sementes.

Na fome, na dor e na folia.
Bailamos e bailaremos sempre juntos
Conjugando rumos e esperanças

Balas e zumbidos sempre sobrevirão
Encontrando-nos escudos um do outro
Na junção de eternamente complementarmo-nos

Noel 2.0: Um Conto de Natal Anarquista

Vagando pelo gigantesco prédio dentro das engrenagens do enorme complexo “Fábrica de Brinquedos” Martin mal conseguia concentrar-se nas palavras da pequena criatura que o ciceroneava desde que chegara naquele local.
                De astrólogo “meia-boca”, com pequeno consultório em cidade de médio porte no interior do Rio Grande do Sul (Brasil), para detentor do titulo de Papai Noel 394 foi uma sucessão de absurdos e de surpresas.
                Um dia, ao chegar à seu apartamento deparou-se , apesar de ao sair ter deixado portas e janelas fechadas, com quatro daquelas miniaturas orelhudas.
                - Quem são vocês? Que buscam aqui?
                - Cale-se e acompanhe-nos.
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                - Você foi escolhido para ser o novo Papai Noel.
                - Que absurdo.
                - Seu antecessor foi surpreendido “barranqueando” uma das renas.
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                Aos poucos descobriu que o serviço planetário de “Papai Noel” é gerido pela OSC (Organização de Solidarização Capitalista) tendo seus controladores ligados as grandes corporações mundiais que direcionavam a imagem do “bom velhinho” como uma fantástica fabrica de lucros e de propulsão de vendas. O único destes dirigentes a quem chegou a ser apresentado foi um certo Jeff Austin, senador norte-americano. Texano.
                Quem trabalha no complexo-fábrica são os ditos gnomos. Não é um serviço voluntário ou por prazer. Toda a raça destes pequenos seres foi escravizada e carrega no pescoço uma pequena coleira que os faz explodir caso tentem fugir as ordens da OSC.
                Distribuir presentes mostrou-se uma atividade bem mais fácil do que se imagina. Trata-se apenas de um pequeno agrado com que são agraciados os filhos dos maiores entre os maiores investidores do planeta. Pouco mais de uma centena de multimilionários.
                Martin, que também foi presenteado com uma daquelas mortíferas coleiras de controle, foi jogado primeiramente em uma rotina inacreditável de condicionamentos, lavagens cerebrais e treinamentos. Tudo direcionado pelo senador e por Crawl, um gnomo bajulador da organização e que, por este motivo, não portava a temida coleira.
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Entregou-se ao inevitável e foi fazendo seu trabalho como a maioria de seus antecessores. Lamentava não poder fazer nada pelos pobres e oprimidos. Sabia ser, outrossim, uma ferramenta de opressão.
Aos poucas foram surgindo devaneios e delírios. E estes, aos poucos, foram se tornando ideias menos fantasiosas e mais práticas.
Sairá de campo e dos grilhões em grande estilo.
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                Naquele Natal as crianças mais pobres dentre os pobres receberam presentes de alto estilo. Organizações de operários e pequenos camponeses também foram beneficiadas.
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Nos céus da África uma ocorreu uma explosão. E, entre os destroços do estranho OVNI, pedaços de corpos chamuscados, chifres, vestes vermelhas e um bilhete.
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Fuja dos domínios da hipocrisia e conclame todos à luta. Na força conjunta dos trabalhadores a opressão poderá ser superada.
M

PN

domingo, 14 de dezembro de 2014

Dilemas do Super-Proletário

“O proletariado e sua revolução ficaram para trás”. Sangue e morte são apenas os itens enxergados no levante dos oprimidos. O dinheiro salvo, por outro lado justifica a tortura da CIA em Guantánamo. Eu, o Super-Proletário, não posso deixar-me distrair pelos ruídos de “Senhores, Patrões, chefes supremos” como reza a canção que guia nossa luta “Nada esperamos de nenhum”. Devo cruzar nosso planeta sem temer as fronteiras que a gula e a selvageria do capital tentam nos ditar. Mesmo com meus super-poderes sozinho minha luta seria inócua. Milhões pelo mundo formam a legião que compõe o escudo pelo qual lutamos e em que acredito.
            Super-força e super-velocidade são imprescindíveis contra capitalista cada vez mais ferozmente individualistas e sem escrúpulos. As baboseiras do tipo “fim da história” dão-lhe perante os mais ingênuos status de detentores de verdades absolutas.
            Minha missão hoje é na América latina. Muito se lutou, Che, Mariguella, Hugo Chaves e outros transmudaram-se da luta para as bandeiras. Todo tipo de bandeira (até do Esporte Clube Internacional de Porto Alegre). A luta se estende e continua em todos os campos e em todas as ruas.
            Na calada da noite o acampamento de camponeses que lutam pela reforma agrária é ameaçado pelos jagunços da multinacional do bife. Acabo com a raça destes asseclas da podridão em poucos minutos. Enlouquecem de terror sem perceber quem lhes tira as miras telescópicas. Indefesos fogem desesperados. Ninguém do acampamento notou coisa alguma. Agradeço o twitter da dolorida consciência de uma jovem filha de opressores.
            Questiono-me se não seria mais útil ter despertado os camponeses para conduzir uma luta que é de todos. Não existe, porém, tempo para dilemas, é a era da instantaneidade a que vivemos.
            Vejo por aqui muitos que justificam vestir as vestes do adversário, seguir suas receitas e até contratar seu cozinheiro como passo para, algum dia muito distante, alcançar nossa vitória. Esse combate cabe, entretanto a legião.
            Agora chamam-me das estepes de minha terra natal. Na Rússia e em todas as terras a chama de nosso ideal sempre resiste.

            Até a Vitória sempre.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Regulamento do 5º Concurso Internacional de Contos Vicente Cardoso com grandes novidades!

A Comissão Central organizadora da 11ª Feira do Livro de Santa Rosa através da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo juntamente com a ASES Associação Santa-rosense de Escritores e Comissão de Concursos Literários da 11ª Feira do Livro de Santa Rosa que acontecerá nesta cidade de 13 a 16 de Maio de 2015 lançaram no mês de Novembro o regulamento da quinta edição do Concurso Internacional de Contos Vicente Cardoso.
A temática abrangerá novamente contos dentro do gênero ficção científica e/ou de aspecto fortemente fantástico. A grande novidade é a categoria autor regional na qual concorrerão apenas escritores das regiões Fronteira Noroeste, Missões e Noroeste Colonial do Rio Grande do Sul.
Aprovada no ano passado a categoria jovem autor permanece para trazer a luz os talentos dos menores de 18 anos de idade de qualquer país.
Finalizam o certame as categorias autor nacional (escritores de todo o país) e autor internacional (demais países).

Os textos podem ser enviados até 15 de fevereiro de 2015 através do e-mail concursodecontosvicentecardoso@gmail.com e o regulamento pode ser conferido no blog http://concursodecontosvicentecardoso.blogspot.com.br/ . Duvidas podem ser esclarecidas também pelo e-mail da ASES: ases.rs@gmail.com  ou no e-mail do coordenador do concurso Magnus Langbecker magnus29@ig.com.br