Sei que não sou o primeiro a expor as idéias que aqui vão. Penso no entanto que alguém nesta urbe deva faze-lo e tentar não ser forçado a retirar-las mediante ameaças.
Dizem alguns iludidos que vivemos num regime democrático. Penso porém, que, analisando a forma como são eleitos os vereadores em nossa cidade, esta falácia pode ser facilmente desmentida.
Facilmente percebe-se que a única forma de eleger-se é investir na campanha eleitoral uma hiper vultuosa quantia de dinheiro sem a qual pouquíssimos conseguem exito. Muitos dos que conseguem contraem dívidas impagáveis, sacrificam patrimônio pessoal ou ficam "na mão" de "amáveis investidores". Estes podem ser pagos, em eleitos seus protegidos, ou com a defesa a qualquer custo de seus interesses na camara, ou mesmo, como é mais usual, com juros da mais escrachada agiotagem.
O agiota é figura de maior destaque em nossa província, sendo alguns deles até proprietários de partidos políticos. É assustadora a maneira como o dinheiro do "jogo do bicho" e da agiotagem circula pelos nossos melhores círculos sociais sem nenhum constrangimento.
Praticas assistencialistas como os famigerados albergues são preferidos em detrimento da luta de uma estrutura publica que dê provimento as necessidades nesta área.
Em vésperas de eleições para o nosso legislativo municipal praticas como pagamento de contas (principalmente de agua e luz) e doação de cestas básicas são usuais e tem recorrentemente acabado em impunidade.
Sou filiado à um partido político, ainda acredito na política como forma de transformação social e sei de pessoas honestas e sérias que militam nos mais variados partidos. Porém, a desiludida indiferença de todos ante aos fatos citados neste pequeno texto, traz-me como necessário e urgente que vozes de todos que se opõe a este sistema pérfido façam-se ouvir e imponham seu respeito.
A função de vereador é nobre e necessária tendo muitos que a exercem com dignidade e que merecem todo nosso respeito.
A farra das diárias em exagero de número e de valores é, porém, mais um dos fatores que também nos faz clamar por urgentes reformas em nosso legislativo municipal.
Conclamo então para que todos possamos agir politica e socialmente em busca de mais honestidade e comprometimento com o bem comum por parte de nossos representantes.
Ou preferiremos o descompromissado conforto do silêncio?
Magnus Langbecker