Vivendo
em época de individualismos cada vez mais acirrados faz-se
necessário observar em nosso dia a dia um esforço de convivência
com uma enorme diversidade de opiniões, atitudes, formas de
expressão, etc. Diante deste quadro torna-se imprescindível um
esforço por algo sem o qual a vida em sociedade torna-se adversa ou
insuportável: a tolerância.
Verificando
o sentido etimológico do termo “Tolerância”
constatamos que este provém do latim tolerantia que por sua vez vem
de tolero, tolerare.
Tolero, tolerare significa “suportar”, “sofrer”, “manter”, “persistir”, “resistir” e “combater”. Tolerantia “corresponde à capacidade de persistir nas nossas opiniões, na vontade suportando a diversidade”.
Tolero, tolerare significa “suportar”, “sofrer”, “manter”, “persistir”, “resistir” e “combater”. Tolerantia “corresponde à capacidade de persistir nas nossas opiniões, na vontade suportando a diversidade”.
Verifica-se
portanto pela origem da palavra que esta originalmente teve um
sentido negativo consistindo na atitude de suportar algo que se
considerasse errado ou uma conduta desagradável.
Numa
definição mais atual temos definições de alguns pesadores mais
contemporâneos:
-
David Heyds, na “Introduction” a Toleration – An Elusive
Virtue(1996), considera que a “tolerância” é “uma virtude
perceptual porque faz um compreender o outro”;
- John Horton, em “Toleration as a virtue” (1996) diz que “a tolerância pressupõe uma atividade intelectual deliberada”
- Fernando Savater, por sua vez, “ À quel engagement conduit la tolérance?”, em La tolérance, l’indifferance, l’intolérable (2001), considera que “a tolerância é uma norma para viver em democracia”.
- Françoise Héritier, em O Eu, o outro e a tolerância (1997), realça que a “tolerância” é mediadora essencial entre o eu e o outro;
- Julie Saada-Gendron, em La Tolérance (1999), cuja opinião assenta sobre uma concepção de idéia de homem, isto é, “tolerância” implica o respeito pelo outro e não a aceitação das suas opiniões.
- John Horton, em “Toleration as a virtue” (1996) diz que “a tolerância pressupõe uma atividade intelectual deliberada”
- Fernando Savater, por sua vez, “ À quel engagement conduit la tolérance?”, em La tolérance, l’indifferance, l’intolérable (2001), considera que “a tolerância é uma norma para viver em democracia”.
- Françoise Héritier, em O Eu, o outro e a tolerância (1997), realça que a “tolerância” é mediadora essencial entre o eu e o outro;
- Julie Saada-Gendron, em La Tolérance (1999), cuja opinião assenta sobre uma concepção de idéia de homem, isto é, “tolerância” implica o respeito pelo outro e não a aceitação das suas opiniões.
Dentre
toda esta diversidade de conceituação temos como essência a
imprescindibilidade da "tolerância" ao reconhecermos que
não somos proprietários de verdades absolutas e portanto temos de
conviver com diferentes formas de ver o mundo.
Religiosidade,
espiritualidade, ideologia política e até mesmo paixões esportivas
devem ser vistas como em enorme caleidoscópio onde torna-se
impossível definirmos linhas perfeitas ou formações perfeitamente
sólidas. Nada do que somos ou fazemos nos garante direito a
julgamentos precipitados ou atitudes de ódio ou intolerância.
Urge
portanto contrapormos todas as formas de absolutismos e colocarmos em
nossa vivência esta maravilhosa mezinha contra nossa errônea
vontade de nos colocarmos como donos da verdade e imperadores do bom
senso.
O
torcedor do time adversário, o adepto de outra tendência religiosa
e o cidadão de convicções ideológicas opostas as nossas devem ser
encarrados na amplitude de um macrocosmo que nos coloca juntos ou
diversos a cada passo que damos.
Vivamos
portanto no constante exercício desta formidável e atualíssima
formula de felicidade: a tolerância.