Punha-se no forno do fogão a lenha algumas batatas doce com casca e tudo, ao natural, com o fogo do fogão elas iam cozendo e tínhamos de resgatá-las ainda quentes para que o sabor fosse o ideal. Era um manjar finíssimo e que costumava ser ainda mais agradável na época do inverno em que vinha também deliciosos pinhões cozidos ou assados acompanhado as primeiras talagadas no mate, que aprendia a apreciar tanto pelo sabor, quanto mais pelo cultivo da tradição e do valor das coisas do pago que ficara para trás.
Pescávamos também algo dos costumes da terra que nos acolhera. Quando ia ao bolicho, que por lá chamavam venda, o pai já trazia um pacote de farinha de biju, uma farinha de milho em cascas, que comíamos misturada ao feijão ou com leite.
Não eramos muito light nem diet naquela época um de nossos lanches preferidos era pão com banha colonial branca, cremosa em cima e uma boa salpicada de açúcar. Uma delicia.
O queijo colonial, feito com o leite das vaquinhas que mamãe sempre gostou de criar e, principalmente, ordenhar, alem de alimento constituiu-se por muito tempo na principal, e até única, fonte de renda da família. Quando tinha aceitação nos mercados da cidade vinham os gêneros alimentícios na troca pelos benditos, senão volta-se com eles, e nos virávamos como podíamos.
Mas a união da família era nosso forte e apesar dos vendavais um forte e louco brilho de esperança sempre nos animou. E de terra em terra, horizonte em horizonte, buscamos sempre um ideal de justiça e verdadeira solidariedade.
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