“O proletariado e sua revolução ficaram para trás”. Sangue e
morte são apenas os itens enxergados no levante dos oprimidos. O dinheiro
salvo, por outro lado justifica a tortura da CIA em Guantánamo. Eu, o
Super-Proletário, não posso deixar-me distrair pelos ruídos de “Senhores,
Patrões, chefes supremos” como reza a canção que guia nossa luta “Nada
esperamos de nenhum”. Devo cruzar nosso planeta sem temer as fronteiras que a
gula e a selvageria do capital tentam nos ditar. Mesmo com meus super-poderes
sozinho minha luta seria inócua. Milhões pelo mundo formam a legião que compõe
o escudo pelo qual lutamos e em que acredito.
Super-força e super-velocidade são
imprescindíveis contra capitalista cada vez mais ferozmente individualistas e
sem escrúpulos. As baboseiras do tipo “fim da história” dão-lhe perante os mais
ingênuos status de detentores de verdades absolutas.
Minha missão hoje é na América
latina. Muito se lutou, Che, Mariguella, Hugo Chaves e outros transmudaram-se
da luta para as bandeiras. Todo tipo de bandeira (até do Esporte Clube
Internacional de Porto Alegre). A luta se estende e continua em todos os campos
e em todas as ruas.
Na calada da noite o acampamento de
camponeses que lutam pela reforma agrária é ameaçado pelos jagunços da
multinacional do bife. Acabo com a raça destes asseclas da podridão em poucos
minutos. Enlouquecem de terror sem perceber quem lhes tira as miras
telescópicas. Indefesos fogem desesperados. Ninguém do acampamento notou coisa
alguma. Agradeço o twitter da dolorida consciência de uma jovem filha de
opressores.
Questiono-me se não seria mais útil
ter despertado os camponeses para conduzir uma luta que é de todos. Não existe,
porém, tempo para dilemas, é a era da instantaneidade a que vivemos.
Vejo por aqui muitos que justificam
vestir as vestes do adversário, seguir suas receitas e até contratar seu
cozinheiro como passo para, algum dia muito distante, alcançar nossa vitória.
Esse combate cabe, entretanto a legião.
Agora chamam-me das estepes de minha
terra natal. Na Rússia e em todas as terras a chama de nosso ideal sempre
resiste.
Até a Vitória sempre.
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