domingo, 14 de dezembro de 2014

Dilemas do Super-Proletário

“O proletariado e sua revolução ficaram para trás”. Sangue e morte são apenas os itens enxergados no levante dos oprimidos. O dinheiro salvo, por outro lado justifica a tortura da CIA em Guantánamo. Eu, o Super-Proletário, não posso deixar-me distrair pelos ruídos de “Senhores, Patrões, chefes supremos” como reza a canção que guia nossa luta “Nada esperamos de nenhum”. Devo cruzar nosso planeta sem temer as fronteiras que a gula e a selvageria do capital tentam nos ditar. Mesmo com meus super-poderes sozinho minha luta seria inócua. Milhões pelo mundo formam a legião que compõe o escudo pelo qual lutamos e em que acredito.
            Super-força e super-velocidade são imprescindíveis contra capitalista cada vez mais ferozmente individualistas e sem escrúpulos. As baboseiras do tipo “fim da história” dão-lhe perante os mais ingênuos status de detentores de verdades absolutas.
            Minha missão hoje é na América latina. Muito se lutou, Che, Mariguella, Hugo Chaves e outros transmudaram-se da luta para as bandeiras. Todo tipo de bandeira (até do Esporte Clube Internacional de Porto Alegre). A luta se estende e continua em todos os campos e em todas as ruas.
            Na calada da noite o acampamento de camponeses que lutam pela reforma agrária é ameaçado pelos jagunços da multinacional do bife. Acabo com a raça destes asseclas da podridão em poucos minutos. Enlouquecem de terror sem perceber quem lhes tira as miras telescópicas. Indefesos fogem desesperados. Ninguém do acampamento notou coisa alguma. Agradeço o twitter da dolorida consciência de uma jovem filha de opressores.
            Questiono-me se não seria mais útil ter despertado os camponeses para conduzir uma luta que é de todos. Não existe, porém, tempo para dilemas, é a era da instantaneidade a que vivemos.
            Vejo por aqui muitos que justificam vestir as vestes do adversário, seguir suas receitas e até contratar seu cozinheiro como passo para, algum dia muito distante, alcançar nossa vitória. Esse combate cabe, entretanto a legião.
            Agora chamam-me das estepes de minha terra natal. Na Rússia e em todas as terras a chama de nosso ideal sempre resiste.

            Até a Vitória sempre.

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